Categories:
-
3d 96 articles
-
animations 16 articles
-
architecture 47 articles
-
blender 98 articles
-
bédé 19 articles
-
techdrawing 24 articles
-
freecad 189 articles
-
gaming 1 articles
-
idsampa 8 articles
-
inthepress 8 articles
-
linux 57 articles
-
music 1 articles
-
nativeifc 30 articles
-
opensource 266 articles
-
orange 4 articles
-
photo 16 articles
-
projects 35 articles
-
receitas 176 articles
-
saopaulo 18 articles
-
sketches 163 articles
-
talks 25 articles
-
techdrawing 24 articles
-
textes 7 articles
-
trilhas 3 articles
-
urbanoids 1 articles
-
video 47 articles
-
webdesign 7 articles
-
works 151 articles
Archives:
-
2007 22 articles
-
2008 32 articles
-
2009 66 articles
-
2010 74 articles
-
2011 74 articles
-
2012 47 articles
-
2013 31 articles
-
2014 38 articles
-
2015 28 articles
-
2016 36 articles
-
2017 41 articles
-
2018 46 articles
-
2019 59 articles
-
2020 18 articles
-
2021 20 articles
-
2022 7 articles
-
2023 25 articles
-
2024 14 articles
Ontem morreu uma ciclista bem conhecida dos bikers aqui em São Paulo, atropelada por um ônibus que não respeitou a...
Ontem morreu uma ciclista bem conhecida dos bikers aqui em São Paulo, atropelada por um ônibus que não respeitou a distância mínima de 1.50m ao ultrapassar um ciclista... Hoje as 18h tem uma bicicletada de homenagem na praça do ciclista. Segue aqui o manifesto dos invisíveis do qual ela era um dos autores...
Manifesto dos Invisíveis
Meia centena de ciclistas urbanos, resolveram se juntar e escrever uma carta aberta, para que também tivéssemos nossa voz na discussão sobre ciclovias, bicicletas alugadas e respeito no trânsito. A carta cresceu tanto que virou um Manifesto. O Manifesto dos Invisíveis.
Motorista, o que você faria se dissessem que você só pode dirigir em algumas vias especiais, porque seu carro não possuiairbags? E que, onde elas não existissem, você não poderia transitar?
Para nós, cidadãos que utilizam a bicicleta como meio de transporte, é esse o sentimento ao ouvir que "só será seguro pedalar em São Paulo quando houver ciclovias", ou que "a bicicleta atrapalha o trânsito". Precisamos pedalar agora. E já pedalamos! Nós e mais 300 mil pessoas, diariamente. Será que deveríamos esperar até 2020, ano em que Eduardo Jorge (secretário do Verde e do Meio Ambiente de São Paulo) estima que teremos 1.000 quilômetros de ciclovias? Se a cidade tem mais de 17 mil quilômetros de vias, pelo menos 94% delas continuarão sem ciclovia. Como fazer quando precisarmos passar por alguma dessas vias? Carregar a bicicleta nas costas até a próxima ciclovia? Empurrá-la pela calçada?
Ciclovia é só uma das possibilidades de infra-estrutura existentes para o uso da bicicleta. Nosso sistema viário, assim como a cidade, foi pensado para os carros particulares e, quando não ignora, coloca em segundo plano os ônibus, pedestres e ciclistas. Não precisamos de ciclovias para pedalar, assim como carros e caminhões não precisam ser separados. O ciclista tem o direito legal de pedalar por praticamente todas as vias, e ainda tem a preferência garantida pelo Código de Trânsito Brasileiro sobre todos os veículos motorizados. A evolução do ciclismo como transporte é marca de cidadania na Europa e de funcionalidade na China. Já temos, mesmo na América do Sul, grandes exemplos de soluções criativas: Bogotá e Curitiba.
Não clamamos por ciclovias, clamamos por respeito. Às leis de trânsito, à vida. As ruas são públicas e devem ser compartilhadas entre todos os veículos, como manda a lei e reza o bom senso. Porém, muitas pessoas não se arriscam a pedalar por medo da atitude violenta de alguns motoristas. Estes motoristas felizmente são minoria, mas uma minoria que assusta e agride.
A recente iniciativa do Metrô de emprestar bicicletas e oferecer bicicletários é importante. Atende a uma carência que é relegada pelo poder público: a necessidade de espaço seguro para estacionar as bikes. Em vez de ciclovias, a instalação de bicicletários deveria vir acompanhada de uma campanha deeducação no trânsito e um trabalho de sinalização de vias, para informar aos motoristas que ciclistas podem e devem circular nas ruas da nossa cidade. Nos cursos de habilitação não há sequer um parágrafo sobre proteger o ciclista, sobre o veículo maior sempre zelar pelo menor. Eventualmente cita-se a legislação a ser decorada, sem explicá-la adequadamente. E a sinalização, quando existe, proíbe a bicicleta; nunca comunica os motoristas sobre o compartilhamento da via, regulamenta seu uso ou indica caminhos alternativos para o ciclista. A ausência de sinalização deseduca os motoristas porque não legitima a presença da bicicleta nas vias públicas.
A insistência em afirmar que as ruas serão seguras para as bicicletas somente quando houver milhares de quilômetros de ciclovias parece a desculpa usada por muitos motoristas para não deixar o carro em casa. "Só mudarei meus hábitos quando tiver metrô na porta de casa", enquanto continuam a congestionar e poluir o espaço público, esperando que outros resolvam seus problemas, em vez de tomar a iniciativa para construir uma solução.
Não podemos e não vamos esperar. Precisamos usar nossas bicicletas já, dentro da lei e com segurança. Vamos desde já contribuir para melhorar a qualidade de vida da nossa cidade. Vamos liberar espaços no trânsito e não poluir o ar. Vamos fazer bem para a saúde (de todos) e compartilhar, com os que ainda não experimentaram, o prazer de pedalar.
Preferimos crer que podemos fazer nossa cidade mais humana, do que acreditar que a solução dos nossos problemas é alimentar a segregação com ciclovias. Existem alternativas mais rápidas e soluções que serão benéficas a todos, se pudermos nos unir para construi-las juntos.